Tinha muita curiosidade de ver o filme "Linha de Passe", de Walter Salles e Daniela Thomas. Já tinha lido vários artigos bons sobre a película e também sabia que o filme foi aclamado no exterior, juntamente com a protagonista Sandra Corvelone. A proximidade de temas em relação ao brilhante "Cidade de Deus" foi mais um fator que me atraiu.
O filme é muito bom. Todos os atores foram bem. A trama também é bem elaborada, mostrando com detalhes a vida de Cleuza, empregada doméstica grávida, e seus quatro filhos, num bairro pobre da zona leste paulistana: Dinho, um ex-presidiário que se tornou um fervoroso evangélico e trabalha como frentista; Denis, um motoboy, que agora tem um filho para sustentar; Dario, um aspirante a jogador de futebol, que vê de perto o contraste da injustiça social; e Reginaldo, o mais jovem deles, que faz uma verdadeira peregrinação pelos onibus da cidade em busca do desconhecido pai.
É uma crítica também à sociedade, mostrando até onde o dinheiro faz as pessoas chegarem, seja o técnico de Dario pedindo grana para escalá-lo, ou as responsabilidades de Denis, que o "fazem" apelar para outros meios de renda.
Na minha opinião, "Linha de passe" é um "Cidade de Deus" sem o charme da produção carioca. É quase que um paralelo entre as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Enquanto em "Cidade..." a estética é mais levada a sério, em "Linha de Passe" o "futebol é mais competitivo, objetivo, sem muito brilho". Ambos os filmes obtiveram sucesso em suas propostas.
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